16 Jun 2025 | 3 minutos • Newsletter
Por que o tempo voa
Os principais conceitos do livro
Ingrid Machado
Engenheira de computação, especialista em engenharia de software. Autora deste querido blog.
Este texto foi originalmente publicado na Trilha de Valor #89: Por que o tempo voa, que foi enviada no dia 16 de outubro de 2024. Para receber a newsletter na sua caixa de entrada, inscreva-se aqui.
A quarta leitura do Clube do Livro para Introvertidos foi o “Por que o tempo voa” de Alan Burdick. Ele tenta explicar o que é o tempo e como ele é percebido por cada pessoa. Cheia de dados de pesquisas e depoimentos sobre a sua vida pessoal, essa leitura me tirou da zona de conforto. Principalmente por ser uma leitura bem técnica, que, ao mesmo tempo, era muito fácil de ler.
Como organizadora do clube, faço de tudo para não perder nenhum prazo acordado e enviar as minhas impressões nas datas corretas. Quando comecei a ler esse livro, tive a impressão de que cumprir com esse compromisso poderia ser um pouco difícil. Algumas explicações me obrigavam a ler mais de uma vez para entender e o autor se aprofundava em experimentos que nem sempre pareciam ter uma conclusão que fazia sentido. Mas fui surpreendida ao conseguir manter o ritmo e terminar o livro sem sentir o tempo passar.
Para a edição de hoje, ficou difícil escolher o que compartilhar sobre o livro. Porque são muitos conceitos interessantes. Mas decidi passar alguns trechos e comentários que mais me chamaram a atenção durante a leitura.
Da criação do fuso horário
O autor apresenta várias histórias curiosas sobre o tempo. Uma delas contava que os fusos horários foram criados para resolver o problema das redes ferroviárias em expansão.
Atualmente, estamos tão acostumados com a convenção de tempo e a seguimos de forma tão natural, que talvez você nem pare para pensar que o fuso é uma solução para um problema.
Também fiquei pensando sobre o quanto é impossível entender como uma pessoa vivia antigamente. São tantos conhecimentos considerados gerais hoje que há um tempo atrás eram inimagináveis, que não temos como simular as mesmas condições.
Na prática, o que tiquetaqueia é o dia, o intervalo rotacional de um nascer do sol a outro. Tudo que fica nesse intervalo - as horas e os minutos - foi inventado, um modo criado pelo homem para fracionar o dia em unidades que pudéssemos manejar para aproveitar, empregar e negociar.
O tempo e a produtividade
É comentada a conclusão do William James sobre o estudo do tempo, em que ele diz que estudar tanto o tempo dificilmente aconteceria num país cujos nativos fossem capazes de ficar entediados. Em outro estudo, a pesquisa sobre o ciclo circadiano de 25h sugere que uma hora a mais no dia seria usada para trabalho ao invés de lazer.
Lendo sobre esses pontos de vista, fiquei impressionada com como somos voltados para a produtividade. O tédio e o ócio parecem já não ter mais espaço e a nossa preocupação se torna aproveitar mais o tempo se ocupando. E falo isso como alguém que se preocupa muito em ser produtiva.
O tempo ou impõe um delay na satisfação de nossos desejos atuais ou nos obriga a prever o fim de nossa felicidade atual.
Sobre a impressão que temos do passar do tempo
Esse é um ponto que parece muito complexo, mas que, na minha opinião, tem explicações muito simples. Sentimos o tempo passar mais devagar quando estamos doentes, por exemplo. Essa é uma situação que todos conseguem se identificar. As horas parecem diferentes, o dia não passa e o nosso ritmo, comparado com o de pessoas saudáveis, se parece muito mais lento.
Sentimos que o tempo passa mais rápido quando estamos vivendo momentos felizes. Nesses casos, nem sentimos o tempo passar e temos a sensação de que o tempo decorrido foi insuficiente.
Esses dois exemplos são formas bem simplistas de explicar que, na verdade, a percepção do tempo depende do nosso estado mental. O autor usa muitos capítulos para explicar tudo o que nos afeta e como a percepção do tempo funciona. E essa é uma forma bem resumida de explicar por que o tempo voa.
Dito tudo isso, assim parece, o tempo passa mais rápido não com a idade, mas com a pressão do tempo, o que explica por que pessoas de todas as idades dizem que ele está acelerado: o tempo é a única coisa que virtualmente toda pessoa, em igual medida, acha que está faltando.
Sinceramente, esse foi o livro do clube mais difícil de escolher o que compartilhar aqui. O autor fala sobre tantos conceitos interessantes, com tantas informações para sustentar esses argumentos, que só me resta recomendar a leitura.
Até a próxima!
O link do post foi copiado com sucesso!Mais conteúdos de Ingrid Machado
01 Dez 2025 • Newsletter
Como compartilhar responsabilidades
Este texto foi originalmente publicado na Trilha de Valor #111: Como compartilhar responsabilidades, que foi enviada no dia 20 de agosto de 2025. Para receber a newsletter na sua caixa de entrad...
4 minutos
10 Nov 2025 • Newsletter
O princípio da gangorra
Este texto foi originalmente publicado na Trilha de Valor #110: O princípio da gangorra, que foi enviada no dia 06 de agosto de 2025. Para receber a newsletter na sua caixa de entrada, inscreva-...
3 minutos
29 Set 2025 • Newsletter
Delegação
Este texto foi originalmente publicado na Trilha de Valor #108: Delegação, que foi enviada no dia 09 de julho de 2025. Para receber a newsletter na sua caixa de entrada, inscreva-se aqui. Esto...
4 minutos