21 Abr 2025 | 6 minutos • Newsletter
O jeito Harvard de ser feliz
Principais teorias do livro
Ingrid Machado
Engenheira de computação, especialista em engenharia de software. Autora deste querido blog.
Este texto foi originalmente publicado na Trilha de Valor #84: O jeito Harvard de ser feliz, que foi enviada no dia 07 de agosto de 2024. Para receber a newsletter na sua caixa de entrada, inscreva-se aqui.
Depois de ler o livro “O jeito Harvard de ser feliz”, fiquei bem inspirada para escrever sobre os principais conceitos dele. Acredito que buscar por uma vida plena e feliz é do interesse de todas as pessoas e estudar essa área tem me feito pensar muito sobre o jeito que levo a minha própria vida.
Iniciei esses estudos de forma despretensiosa e agora estou fazendo mais cursos de psicologia positiva no Coursera. Imagino que muito do que falo aqui na newsletter vai ser influenciado por esse meu novo interesse e espero que você também considere interessante.
Dito tudo isso, vamos para os principais conceitos do livro.
O livro fala sobre felicidade de acordo com sete princípios:
- O benefício da felicidade
- O ponto de apoio e a alavanca
- O efeito Tetris
- Encontre oportunidades nas adversidades
- O círculo do zorro
- A regra dos 20 segundos
- Investimento social
Segundo o autor, aplicar todos eles é uma forma de criar uma espiral ascendente de felicidade e sucesso em que os benefícios se multiplicam por muito tempo. Principalmente porque as pessoas que estão a sua volta vão sentir esse benefício e essa atitude positiva se propaga para outras pessoas gerando um ambiente positivo.
O livro também define felicidade como uma sensação de bem-estar subjetivo, porque a definição depende totalmente da pessoa que a está vivenciando. E o principal propulsor dela são as emoções positivas.
Para ficar mais claro o que tudo isso que estou mencionando quer dizer, seguem os resumos das descrições de cada princípio do livro.
O benefício da felicidade
O primeiro princípio descreve as vantagens da felicidade. É apresentado logo de início que temos a concepção de que o sucesso traz felicidade. E o autor explica que é justamente o contrário: quando somos felizes que conseguimos ter sucesso.
Além de considerar o lado profissional, podemos pensar no benefício da felicidade do lado pessoal. A felicidade melhora a saúde física e mental e nos ajuda a sintonizar os centros de aprendizado do cérebro em um patamar mais elevado. As emoções positivas também nos ajudam a expandir o número de possibilidades que processamos, nos tornando mais ponderados, criativos e abertos a novas ideias.
Para capitalizar a felicidade, podemos seguir algumas práticas:
- Meditar
- Encontrar algo pelo qual aguardar com expectativa
- Adotar gestos conscientes de bondade
- Injetar positividade no seu ambiente
- Exercitar-se
- Gastar dinheiro (mas não com “coisas” e sim com experiências)
- Exercitar um dos seus pontos fortes
Descrevo melhor cada uma dessas práticas nesse post.
O ponto de apoio e a alavanca
O autor usa os conceitos do ponto de apoio e da alavanca para explicar como podemos maximizar o nosso potencial. Cada um deles representa fatores importantes para isso:
- Ponto de apoio: quanto poder e potencial acreditamos ter
- Posição do nosso ponto de apoio: a atitude com a qual geramos o poder de mudar
A intenção dessa representação é entender que não podemos mudar a realidade, mas sim a forma como processamos a realidade. Ou seja, ao mudar o ponto de apoio da nossa atitude mental e alongar a nossa alavanca de possibilidades, alteramos a forma de processar o que acontece a nossa volta.
Quanto mais acreditamos na nossa capacidade de sucesso, maiores são as chances de atingirmos esse sucesso. E se deixarmos o ambiente nos influenciar negativamente, o nosso sucesso também será influenciado. Mudar o nosso ponto de apoio é focar no que temos de bom, mesmo em situações adversas, e ter uma atitude mais positiva em relação à realidade.
O efeito Tetris
O efeito Tetris é o resultado de um processo que jogos repetidos causam no cérebro dos jogadores. Eles ficam ligados em um processo chamado de “imagem residual cognitiva”. Ou seja, quanto mais jogamos Tetris, mais ele altera a configuração do nosso cérebro, nos fazendo “enxergar” o Tetris em tudo o que fazemos.
O autor usa esse efeito para explicar a metáfora da maneira como nosso cérebro determina como vemos o mundo ao nosso redor. Isso significa que se sempre estamos buscando elementos negativos, o nosso cérebro vai notar os elementos negativos que estão à nossa volta. E a mesma coisa acontece para os elementos positivos.
Se queremos ser felizes, precisamos focar nos elementos positivos, para assim percebermos as coisas positivas do nosso dia a dia com mais facilidade e capitalizar o benefício da felicidade.
Encontre oportunidades nas adversidades
Quando passamos por uma adversidade, podemos seguir três caminhos mentais:
- Orbitar ao redor de onde você está no momento
- Ir para a direção de outras consequências negativas
- Ir do fracasso a um ponto ao qual chegamos mais fortes e mais capazes do que antes do fracasso
O terceiro caminho é recomendado como a melhor escolha e podemos chegar nele de algumas formas. Se pensamos em fatos alternativos para entender o que aconteceu, se temos um estilo positivo ao interpretar as adversidades e conseguimos entender que os eventos que ocorrem podem nos conduzir por um caminho positivo, conseguimos chegar nesse terceiro caminho e não deixar as adversidades nos abaterem.
O círculo do Zorro
O autor apresenta a história do Zorro, ensinado pelo seu mestre a focar primeiro na área em que tem controle e somente depois disso avançar.
A ideia desse conceito é que tenhamos focos em metas pequenas e possíveis. Assim, ao concluir cada uma delas, podemos ir avançando aos poucos e aumentando a nossa influência de forma mais natural e menos trabalhosa. Aqui também entra o lócus de controle interno, ou seja, a crença de que as nossas ações têm um efeito direto sobre os nossos resultados. Falo sobre ele nessa edição, dentro da seção “Aprendizado contínuo”.
Se responsabilizar pelo que fazemos e ter consciência das nossas consequências reflete diretamente no quanto podemos ser bem-sucedidos no trabalho e na vida. Por isso, é importante entendermos os nossos limites, para não nos decepcionarmos com resultados inatingíveis.
A regra dos 20 segundos
A regra dos 20 segundos fala sobre colocar um comportamento desejado no caminho de menor resistência. Assim, podemos reduzir a energia de ativação necessária para realizar os hábitos desejados. A energia de ativação é a energia, tanto física quanto mental, necessária para as pessoas superarem a inércia e dar início a um hábito positivo.
O autor usa o exemplo de deixar o violão perto dele para conseguir finalmente começar a aprender a tocar. Ter o objeto por perto funciona como um lembrete e tira as barreiras para a prática.
Para hábitos que deseja evitar, o caminho é exatamente o contrário: aumente a energia de ativação necessária para iniciá-lo. Se você quer mexer menos no celular, deixe ele longe de você quando estiver trabalhando, por exemplo. Assim, quando bater a vontade de entrar nas redes sociais, você vai precisar se levantar para pegar o celular e é mais provável que escolha desistir e deixar para depois.
Investimento social
É normal decidirmos nos afastar das pessoas quando estamos enfrentando problemas. Mas as pessoas mais bem-sucedidas se aproximam ainda mais de sua rede social de apoio quando estão passando por uma crise.
Ao nos mantermos perto das outras pessoas, as interações sociais nos enchem de positividade. E fortalecer esses relacionamentos ao longo do tempo eleva permanentemente o nosso nível de felicidade. Se isolando, ficamos mais deprimidos e temos mais dificuldade para enfrentar as adversidades.
O livro explica em detalhes cada um desses princípios, citando exemplos, pesquisas e benefícios que podem ser obtidos através de cada um deles. Gostei muito da leitura e recomendo para qualquer pessoa que esteja querendo repensar a respeito da vida que leva e fazer mudanças para melhor. São mudanças não muito radicais e que podem aumentar a sensação de bem-estar. Algo que eu acredito muito que vale a pena trabalhar para ter de forma constante.
Até a próxima!
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