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24 Mar 2025 | 4 minutos • Liderança e gestão

Enfrentando resultados ruins

Apenas parar para entender a situação pode ser a solução

Ingrid Machado

Ingrid Machado

Engenheira de computação, especialista em engenharia de software. Autora deste querido blog.

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Foto de Silas Baisch, via Unsplash

Faz tempo que não escrevo sobre situações cotidianas de gestão aqui. Mas tive um acontecimento no time que me fez pensar muito sobre o que vou compartilhar agora.

Nesse post, tenho a intenção de falar sobre um assunto muito parecido com o que falei na edição #99 - Piloto automático da Trilha de Valor. Só que mais voltado para o contexto do time.

Contexto

No momento, estou liderando dois times. Teoricamente, é uma situação provisória e não vou manter essa quantidade de liderados por muito mais tempo. Mas, com mais contexto e mais pessoas para gerenciar, é normal que nem tudo possa ser acompanhado no detalhe todos os dias. Nesses casos, já é esperado que alguns pratos se quebrem e, mesmo tentando evitar ao máximo esse tipo de situação, eu sei que tenho um limite do quanto consigo lidar.

Eis que, durante esse período, eu comecei a notar que estávamos com uma entrega relativamente complexa, levando muito mais tempo do que a média de Cycle Time para ser concluída. Conversando com o time nos 1:1’s e avaliando as métricas, confirmei que realmente precisávamos dar uma atenção maior para essa demanda. Mas também entendi que todos os integrantes de um dos times estavam trabalhando de forma mais individualizada, sem necessariamente se beneficiar das vantagens de estar em um time.

Na minha opinião, quando trabalhamos em um time, precisamos nos aproveitar do conhecimento das pessoas que estão com a gente. O que significa que problemas devem ser expostos na Daily, no canal da Squad e em qualquer cerimônia em que o time estiver reunido. É a capacidade de pensar e resolver problemas em grupo que vai permitir que uma demanda complexa seja resolvida ao ser quebrada em partes menores. Isso não significa que todas as demandas devem ser iniciadas junto do grupo, já que temos mais de um desenvolvedor justamente para desenvolver mais de um card ao mesmo tempo. Mas quando o trabalho trava, estar em um time sempre é benéfico.

Solução

Ciente dos problemas recentes da Squad e prestando mais atenção na situação atual, aproveitei uma Retrospectiva para falar com o time sobre o que estava acontecendo.

Eu tenho muita dificuldade para iniciar conversas difíceis com o time. Por isso, precisei de alguns dias para me preparar e organizar o que iria dizer. Mas o discurso englobou basicamente:

Sendo bem sincera, não adianta nada tentar chegar com soluções se o time não tem ciência dos problemas. Como eu conversei com todo o time nos 1:1’s antes de fazer a conversa com todos, já tinha uma certa noção do que cada um tinha visibilidade. Como cada pessoa enxergava um problema diferente, ter uma conversa com todos para deixar tudo às claras seria a melhor solução para resolver tudo de uma vez. Todos os problemas se originavam da mesma causa, por isso foi possível aplicar soluções que abrangiam todos eles.

Como gestora, tenho um estilo de liderar que segue o modelo de liberdade com responsabilidade. Mas quando o time não está conseguindo avançar, entendo que preciso intervir e implementar soluções que organizem o dia a dia do time.

As duas soluções implementadas imediatamente foram cerimônias com câmeras ligadas e Dailies síncronas. Alguns problemas eram causados pela falta de atenção no Refinamento. Gostando das câmeras ou não, todos sabemos que quando estamos com elas ligadas, nos obrigamos a focar na reunião. E as Dailies eram síncronas em apenas dois dias da semana, com os outros três dias no formato assíncrono. Por mais que goste muito desse formato, as mensagens enviadas no assíncrono nem sempre eram lidas por todos e soluções se arrastavam, quando podiam já ser resolvidas na Daily.

Espero que, com o passar do tempo, o time volte para o seu normal e possamos flexibilizar essas duas soluções. Caso o esperado não aconteça, tenho mais algumas soluções na fila para implementar até que a gente consiga manter um ritmo de entregas condizente com o número de pessoas no time.

Resultados

Duas semanas depois de conversar com o time, já estamos com a demanda que estava travada sendo testada em QA, fizemos 3 deploys antes do prazo dentro da mesma semana e estamos com discussões muito mais ricas dentro das cerimônias do time.

Por mais que goste de manter o clima sempre leve, ter conversas difíceis e expor os problemas antes que eles se virem contra o próprio time é, na minha opinião, uma solução muito melhor do que deixar estourar os problemas no futuro sem ter tempo para contornar. Felizmente, em todos os 1:1’s seguintes, tive feedbacks muito positivos sobre a conversa e a postura diferente do time após o entendimento do que não estava bem.


É fácil cair num piloto automático no acompanhamento de qualquer time. Por isso, precisamos sempre ficar atentos às métricas, conversar com o time frequentemente e comparar o desempenho atual com o desempenho passado. Estudar temas como a Comunicação Não Violenta (CNV) também me ajuda muito a ter conversas difíceis sem fugir da mensagem principal e nem acusar ninguém pelos problemas que precisamos enfrentar como time.

Espero que compartilhar essa situação contigo te ajude a resolver os problemas com o teu time.

Até a próxima!

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